domingo, 31 de outubro de 2010

Propaganda boca a boca

O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração. Lucas 6:45


A mais antiga forma de propaganda que existe, e que continua sendo a mais eficaz, é a propaganda boca a boca, que é feita de graça, por clientes satisfeitos com o produto que adquiriram.


Os mais idosos provavelmente se lembram de um carro americano que circulou no Brasil cinquenta anos atrás, marca Packard. A fábrica do Packard foi a última indústria automobilística da época a fazer publicidade paga, e isto só foi possível depois que o velho Sr. Packard morreu. Sempre que era abordado para fazer publicidade para os seus carros, ele respondia: “Não precisa. Pergunte a quem tem um.” Após sua morte, a fábrica do Packard adotou esse slogan: “Pergunte a quem tem um.”


O evangelismo boca a boca é antigo, mas continua moderno e eficaz. O evangelho de Jesus Cristo se tornou conhecido e revolucionou o mundo antigo, através do testemunho boca a boca. Somente os pastores, por ocasião do nascimento de Jesus, ouviram as boas-novas através dos anjos. Somente os magos foram guiados por uma estrela. Apenas Paulo foi alcançado por uma luz do céu. Quase todos ficaram conhecendo Jesus através do testemunho pessoal.


Antes que o Novo Testamento tivesse sido escrito, a história de Jesus foi transmitida oralmente. Os apóstolos haviam sido testemunhas dos grandes feitos operados por Jesus, e onde quer que fossem, pregavam sobre Ele.


Quando descobre algo que lhe traz satisfação, você sente um desejo irresistível de contar a outros. Um restaurante onde a comida é boa, uma loja de qualidade, um bom hotel, um lugar onde passear. O mesmo acontece quando nosso coração se regozija com o amor, a alegria e a paz de Cristo. Queremos contar isso ao mundo, pois “a boca fala do que está cheio o coração”.


Podemos usar cartazes, anúncios no rádio, jornais e televisão, mas as pesquisas mostram que a maioria dos novos membros da igreja foram atraídos por alguém. O desafio que temos é tornar a igreja um lugar tão agradável e amoroso, que todos possam dizer aos amigos e parentes: “A minha igreja é maravilhosa! Os irmãos são amorosos e corteses. Os cultos são espirituais. A música traz enlevo e inspiração. Acho que você também vai gostar. “


Quando os membros da igreja estão dispostos a falar aos outros da bendita esperança que lhes enche o coração, o testemunho deles se torna irresistível.

Urias

Lição dos jovens 642010



“Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças” (Dt 6:5).

Prévia da semana: Vítima do pior pecado da vida de Davi, Urias era um homem íntegro e completamente fiel a Deus, apesar de pertencer a outra nação. Sua firmeza moral contrasta com a falta de domínio próprio do rei de Israel que o enganou e assassinou.


Leitura adicional: Patriarcas e Profetas, capítulo 71 (p. 717-726).


Domingo, 31 de outubro

Introdução

É mais fácil ceder?


Ela não vinha à igreja desde que se tornou óbvio que estava grávida. Ela conhecia todas as regras e regulamentos. Havia crescido com eles e só podia imaginar o que diria o “esquadrão dos justos”: “O Manual da Igreja é claro em questões de moralidade. Há padrões que precisam ser preservados. Precisamos deixar claro que este tipo de comportamento é inaceitável. Precisamos usá-la como exemplo”.


Ela não conseguiria encarar os olhares acusadores, os sussurros de acusação ou as insinuações. Ela não precisava que eles lhe dissessem o que era certo e o que era errado. Será que eles não entendiam que ela sabia muito bem? Ela olhou para baixo e abraçou seu bebê recém-nascido. A culpa não era dele. Ela ouviu um barulho e, ao levantar os olhos, viu os anciãos da igreja vindo em sua direção. Ela sentiu um grande desânimo. Será que eles não podiam deixá-la em paz? Antes que ela pudesse abrir a boca, foi coberta de flores, presentes e parabéns.


Constantemente enfrentamos situações para as quais não há respostas fáceis: uma escolha entre várias alternativas, nenhuma das quais é positiva. E, com muitas frequência, nós mesmos criamos a situação. O rei Davi se meteu exatamente numa situação dessas. Israel estava em guerra. O exército havia destruído os amonitas e sitiavam Rabá.


Davi, contudo, não estava com o exército, mas em casa, de onde viu uma bela mulher se banhando no teto de sua casa. Ele a desejou. Mas descobriu que era esposa de um de seus melhores soldados, Urias, o heteu. Num instante, contudo, Davi jogou tudo fora. Sua noite de prazer ilícita resultou numa gravidez indesejada.


Davi enfrentou um dilema. A lei exigia que ele e a mulher fossem mortos (Lv 20:10). Então, o rei resolve criar o Plano A: manda buscar Urias e pede um relatório sobre a guerra. Então instrui Urias a ir para casa. Em vez disso, Urias dorme no portão de Davi.


Plano B. Davi embriaga Urias e o manda para casa. Urias dorme no portão de Davi, porque não suportava a ideia de ter conforto enquanto os exércitos de Israel (que não era de sua nação de origem!) estavam dormindo ao relento.


Plano C. Davi escreve a sentença de morte de Urias e a envia de volta para a batalha, onde era seu lugar. Urias é morto.


Em contraste com Davi, Urias se destaca como um homem de honra e caráter, um homem com um claro senso do certo e do errado, que estava preparado para fazer o que era certo a despeito das inconveniências ou estímulos pessoais. Assim, a lição desta semana trata sobre as consequências do pecado e o que significa viver a fé.

Mãos à Bíblia

1. Como alguém que foi tão honrado por Deus poderia se aprofundar tanto no pecado? Que advertência esse episódio deve nos apresentar? 2Sm 11


Lars Eric Andersson | Lindesberg, Suécia


Segunda, 1o de novembro

Evidência

De todas as nações


Cornélio era um soldado do exército romano. Não era judeu. Contudo, enquanto estava visitando sua casa, Pedro fez uma declaração profunda sobre a atitude de Deus para com as pessoas: “Agora percebo verdadeiramente que Deus não trata as pessoas com parcialidade, mas de todas as nações aceita todo aquele que o teme e faz o que é justo.” (At 10:34 e 35).


Urias, o heteu, foi outro desses homens que Deus aceitou. Isso nos ensina que a influência e obra do Espírito Santo sobre o coração e a mente humana não estão confinadas a só um grupo de pessoas. Deus está interessado em pessoas de todas as nações e ocupações, e busca salvá-las. Isso se aplica até aos soldados.


Os hititas ou heteus eram uma poderosa nação localizada no que hoje é a Ásia Menor. Israel tinha muitos laços com eles – alguns bons, outros destrutivos. Abraão comprou o campo de Macpela para enterrar sua esposa de Efrom, o heteu (Gn 23:10-20). Este é um ponto interessante, pois Deus havia prometido a Abraão que seria dada à sua descendência a terra dos heteus. Esaú casou a Isaque muita dor quando se casou com duas mulheres heteias (Gn 26:34, 35).


Deus instruiu Israel para destruir os heteus e outras nações pagãs (Dt 20:17). Ele prometeu expulsá-los com vespões. Infelizmente, Israel não seguiu Suas instruções. Na verdade, fizeram exatamente o oposto. Misturaram-se com os heteus e adoraram seus falsos deuses (Jz 3:5, 6). Até Salomão se casou com mulheres heteias (1Rs 11:1).


A integridade de Urias e o lapso moral de Davi têm lições significativas para nós. A fidelidade de Urias e sua integridade moral nos lembram que não é para o conhecimento, a capacidade ou a posição que Deus olha com favor. Muitas vezes um cristão pode ter um dos três ou todos eles, mas não mostra um comportamento cristão. Muitas vezes é o não cristão que manifesta justiça, e não o crente. Os passos para a ruína são poucos e rápidos. Nossa única segurança está em nossa união com Jesus. Sem Ele, somos um fracasso (Jo 15:5).

Mãos à Bíblia

2. Toda a história de Davi e Urias é relatada no contexto de uma guerra contra os amonitas. Que crítica sutil o autor faz a Davi? 2Sm 11:1

3. Compare as formas de liderança que Davi aplicou na história de 1 Samuel 26:5-11 e em 2 Samuel 11. Que diferença você vê?

Nas histórias que descrevem como Davi poupou a vida de Saul, ele liderava pelo exemplo e recrutava voluntários. Depois, em vez de estar fora com suas tropas e liderá-las, afastou-se da batalha e seguiu os próprios desejos, esquecendo-se do que sabia ser certo e errado. Mal imaginava os efeitos de longo alcance que se seguiriam a essa decisão pessoal.

Elizabeth Lawrence | Watford, Inglaterra



Terça, 2 de novembro

Exposição

Triunfo e tragédia


O elo mais fraco (Ef 6:10, 11). Ao aconselhar o cristão sobre como o diabo trabalha para derrubar as pessoas, Paulo nota que há um “método” em suas maquinações (Ef 6:10, 11). A história de Davi, Bate-Seba e Urias, o heteu, ilustram essa verdade.


Satanás nos ataca em nosso ponto mais fraco, porque não faz nenhum sentido tentar as pessoas num ponto onde não é provável que elas reajam. A história de Davi e Urias revelam detalhes de um momento de loucura.

O poder da lascívia (2 Samuel 11; 1Rs 15:5). A fidelidade de Davi à vontade de Deus e a única falha de seu caráter são destacadas em 1Rs 15:5. A exceção é uma história cheia de drama, paixão, lascívia, desastre e crueldade. Em vez de estar à frente do exército em batalha, Davi ficou em casa em Jerusalém. Uma noite, de seu palácio, ele viu uma bela mulher tomando banho. A beleza dela despertou seu desejo. Ao descobrir quem ela era, fez com que fosse trazida ao palácio, onde cometeu adultério.


O marido de Bate-Seba era bem conhecido de Davi. Era um dos valentes que o acompanharam nos momentos mais difíceis de sua vida (1 Cr 11:41). Davi estava ciente de que Urias estava fora, liderando o exército em combate. Tudo isso tornou o comportamento de Davi ainda mais desprezível.

A ilusão do pecado (Gl 6:7). Ao saber que Bate-Seba estava grávida, Davi tentou encobrir seu pecado. Chamou Urias de volta a Jerusalém, com a intenção de que Urias tivesse relações sexuais com a esposa, de forma que, quando o bebê nascesse, Urias fosse reconhecido como o pai. O comportamento de Davi é esclarecedor. Parece que ele atribuiu a Urias os mesmos desejos lascivos que o dirigiam. É comum que achemos que os a outros têm os mesmos desejos egoístas que temos. Contudo, Davi julgou Urias erradamente. Sua duplicidade é desmascarada pela lealdade e integridade de Urias.


Quando Urias se recusou a visitar a esposa, Davi tentou outro truque. Embebedou Urias. Isso não funcionou também, pois Urias ainda não se encontrou com Bate-Seba. Davi, então, decidiu que Urias precisava morrer. Escreveu uma carta para Joabe, o general do exército de Israel, instruindo-o a colocar Urias na frente de batalha quando ele muito provavelmente seria morto. E foi exatamente isso o que aconteceu. Essa é a estupidez dos seres humanos em sua pecaminosidade. Esquecem-se de que nada está escondido de Deus.


A integridade de Urias e o comportamento insensível de Davi exigiam justiça e retribuição. E ela veio quando o profeta Natã confrontou Davi com a natureza do crime. Davi pronunciou a sentença de morte sobre si mesmo, mas foi poupado pela misericórdia de Deus (2 Sm 12:1-10). O que se destaca na história é o caráter de Urias. Ele verdadeiramente era um homem segundo o coração de Deus.

O pecado paga um salário (Rm 6:23). O adultério de Davi com Bate-Seba lhe trouxe grande sofrimento e dor. Ele perdeu quatro filhos, foi-lhe negado o privilégio de construir o templo, e ele deixou uma terrível herança para Salomão e a nação de Israel. A prevenção é preferível à tristeza e culpa, pois a tristeza e a culpa não podem fazer o relógio voltar e cancelar as consequências do pecado – “desejo misericórdia, e não sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocaustos” (Os 6:6). Felizmente, porém, há perdão em Deus. Nisto há esperança. A estupidez de Davi é uma advertência; a integridade de Urias, uma inspiração.

A virtude é sua própria recompensa (Rm 15:4). A história de Urias tem uma lição oportuna e duradoura para homens e mulheres em todas as épocas. Há lealdade e domínio próprio em Urias, enquanto que a lascívia descontrolada de Davi e o silêncio de Bate-Seba são dois dos atos mais vergonhosos da Bíblia.


Em nosso mundo contemporâneo de moral frouxa, a integridade de Urias, o heteu, nos encoraja a ser moralmente puros. Assim como fez José, Urias demonstrou que podemos escolher não dar lugar às paixões da carne, por mais difícil que seja resistir. É algo a que você pode dizer “não”.


Quando estudamos a vida de Davi, vemos um grande homem que alcançou coisas maravilhosas com a bênção de Deus. Ele é incomparável em muitos aspectos, e é chamado homem segundo o coração de Deus (Atos 13:22). Urias, por sua vez, ainda receberá sua recompensa. Não temos dúvidas de que ele, um estrangeiro em Israel, estará entre os heróis de Deus quando Cristo vier reclamar os Seus.


A breve biografia que a Bíblia dá de Urias nos encoraja a viver uma vida que fala em favor de Deus – uma vida não dirigida pelas paixões, pelo desejo de poder, riqueza ou privilégios, mas uma vida possuída pelo desejo de servir a Jesus, nosso Senhor e Salvador, e ser fiel a Ele. A pergunta é feita pelo poeta: “Quem é o guerreiro feliz?/Quem o guerreiro ideal?/Ao qual todo soldado devia desejar ser igual?”* Uma pista para a resposta se encontra nesta observação: “Não pode haver limite à utilidade de uma pessoa que, pondo de parte o eu, oferece margem à operação do Espírito Santo em seu coração, e vive uma vida inteiramente consagrada a Deus” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 159).

* Selected Poetry of William Wordsworth (New York: The Modern Library, 2002), p. 510.

Mãos à Bíblia

Urias é chamado de “o heteu”. No mundo do Antigo Testamento, cultura, nacionalidade, etnia e religião eram muito interconectadas. O Antigo Testamento está cheio de exemplos de estrangeiros que aceitaram o Deus de Israel, e a Bíblia considera positivamente sua assimilação. No caso de Urias, a assimilação ocorreu tanto pelo casamento como pela religião.

4. Que exemplos temos de estrangeiros que foram assimilados em Israel? Js 6:25; Rt 1:1-16; Et 8:17; Is 56:3-7

Patrick Boyle |Watford, Inglaterra



Quarta, 3 de novembro

Testemunho

Grande mudança

“Até ali a providência de Deus tinha preservado a Davi contra todas as conspirações de seus inimigos, e fora diretamente exercida para restringir a Saul. A transgressão de Davi mudou, porém, sua relação para com Deus. O Senhor de nenhuma maneira podia sancionar a iniquidade. Ele não podia exercer Seu poder para proteger a Davi dos resultados de seu pecado, como o protegera da inimizade de Saul.


“Houve uma grande mudança no próprio Davi. Ele ficou quebrantado em espírito pela consciência de seu pecado, e de seus resultados, que teriam grande alcance. Sentiu-se humilhado aos olhos de seus súditos. Sua influência se enfraqueceu. Até ali sua prosperidade fora atribuída à sua conscienciosa obediência aos mandamentos do Senhor. Mas agora seus súditos, tendo conhecimento de seu pecado, seriam levados a pecar mais livremente. Sua autoridade em sua própria casa, o direito ao respeito e à obediência de seus filhos, enfraqueceram. Uma intuição de sua culpa conservava-o silencioso quando ele teria condenado o pecado; tornava fraco o seu braço para executar justiça em sua casa. Seu mau exemplo exerceu influência sobre seus filhos, e Deus não interviria para impedir o resultado. Ele permitiria que as coisas tomassem seu curso natural, e assim Davi foi severamente castigado. ...


“Aqueles que, apontando para o exemplo de Davi, procuram diminuir a culpa de seus próprios pecados, deveriam aprender do registro bíblico que duro é o caminho da transgressão. Embora, semelhantes a Davi, se desviem de sua má conduta, achar-se-á que os resultados do pecado, mesmo nesta vida, são amargos e duros para se suportarem.


“Era intuito de Deus que a história da queda de Davi servisse como advertência de que mesmo os que Ele abençoou e favoreceu grandemente não se devem sentir livres de perigo e negligenciar a vigilância e a oração. E isso tem feito esta história àqueles que humildemente têm procurado aprender a lição que Deus tencionava dar. De geração em geração, milhares têm sido levados a compenetrar-se do perigo que correm em virtude do poder do tentador. A queda de Davi, que foi tão grandemente honrado pelo Senhor, despertou neles desconfiança do próprio eu. Sentiram que apenas Deus os poderia guardar pelo Seu poder, mediante a fé. Sabendo que nEle estavam sua força e segurança, recearam dar o primeiro passo no terreno de Satanás” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 723, 724).

Mãos à Bíblia

Os nomes eram muito importantes no mundo bíblico. Curiosamente, o nome de Urias é hebraico e pode ser traduzido como “minha luz é o Senhor” ou “chama do Senhor”. Apesar de provavelmente ter sido um heteu de nascença, por escolha própria, ele pertencia ao Deus de Israel. A origem étnica de Urias destaca o fato de que Deus não leva em conta os aspectos exteriores, mas conhece o coração. Frequentemente, a mudança de circunstâncias da vida ou de convicções era indicada pela uma mudança do nome.

5. Note os novos nomes dos personagens bíblicos nas passagens a seguir e assinale a razão dada para essa mudança. Gn 17:5; Gn 32:27, 28; Dn 1:7

Amy Browne | Kent, Inglaterra


Quinta, 4 de novembro

Aplicação

Arrastado pela corrente


O sucesso e o fracasso na vida não acontecem por acidente. “Como o pardal que voa em fuga, e a andorinha que esvoaça veloz, assim a maldição sem motivo justo não pega” (Pv 26:2). Ninguém é arrastado para o Céu; mas é fatalmente fácil ser arrastado para fora dele.

Não seria verdade dizer que a maioria de nós, se não todos, num momento ou outro experimentamos perda, prejuízo, dor, ou mesmo desastre, por causa de nossa própria negligência e descuido? E quão verdadeiro é isso com respeito a uma falha moral! Como Davi aprendeu, momentos de descuido podem levar a uma vida toda de arrependimento. Eis aqui algumas formas em que podemos evitar tais momentos:

Estudar a Palavra de Deus. Não é suficiente simplesmente ler a Bíblia, por mais desejável que seja essa prática. Precisamos estudá-la e aplicá-la a nossa própria vida.

Orar. Nossas orações devem consistir em mais do que juntar apressadamente alguns pedidos e agradecimentos. Ao orarmos, devemos considerar cuidadosamente nossas necessidades e a maneira como Deus tem nos abençoado. Devemos também ficar em silêncio a fim de deixar que Deus nos fale. Como os discípulos pediram a Jesus que os ensinasse a orar (Lc 11:1), também devemos aprender a orar. Nenhuma outra bênção na vida é maior que um bom relacionamento com Deus. Como ocorre com nossos amigos, assim ocorre com Deus – a amizade é algo que desenvolvemos ao nos achegarmos a Ele através da oração.

Desejar a salvação. A salvação não acontece por acidente. Deus não nos força a aceitar Sua graça. Somos salvos, em parte, porque queremos ser salvos. Buscamos a salvação, procuramos por ela, porque precisamos dela. Esta é a mais séria questão da vida. Requer séria atenção diária enquanto vivermos.


É fatalmente fácil ter uma perspectiva errada sobre a salvação, vê-la como consistindo apenas de esforços humanos, algo para ser tolerado e não desfrutado.


As recompensas de uma comunhão diária com Deus são incomparáveis. A comunhão com Ele dá vida e a melhora.

Mãos à Bíblia

Davi foi avisado por Bate-Seba de que ela estava grávida (2Sm 11:5). O rei imaginou que se pudesse trazer Urias para casa mesmo que por uma noite, pareceria que seu soldado seria o legítimo pai do bebê. Porém, Urias, sendo homem de princípios, não se deixou manipular. Ele se tornou incômodo. Davi, havia no passado sido íntegro, agora não podia entender a integridade de Urias.

6. Quais eram os motivos de Urias? Que outros exemplos de integridade podemos achar na Bíblia? 2Sm 11:10-13; Jó 1:1; Dn 1:8; Gn 6:9

A resposta de Urias mostra que ele não era um crente nominal, mas se identificava completamente com o Deus de Israel e seus colegas de tropa.

Michele Vitry | Watford, Inglaterra



Sexta, 5 de novembro

Opinião

Ética situacional

Quando Davi enviou Urias para a linha de frente no campo de batalha, quebrou o sexto mandamento: “Não matarás”. Isso é óbvio. Contudo, e se eu assassinar o caráter de meu amigo com insinuações e boatos? Nunca matei ninguém fisicamente. Não violei a letra do nono mandamento, porque tudo o que eu disse talvez seja verdade. Contudo, assassinei meu amigo da mesma forma.


Adolescentes que praticam o “joy-riding” roubam um carro e o dirigem até a gasolina acabar. Durante o percurso, danificam o carro e outras propriedades. São culpados de roubo. Mas e se você mora numa zona de guerra e sua família está morrendo de fome? Sua única esperança de sobrevivência é roubar um pouco de comida. Será que isso é realmente proibido pelo mandamento “Não furtarás”? A situação muda o princípio?


Você sempre trabalha até tarde mas não recebe horas extras. Você está envolvido num projeto missionário da igreja e fotocopia todo o material de que precisa para ele no escritório, sem pagar. Afinal de contas, seu patrão lhe deve algo por todas as horas extras que você faz. Isso conta como roubo? Ou é uma compensação?


Os absolutos dos Dez Mandamentos são desagradáveis para uma sociedade pós-moderna, que vê o mundo a partir de uma perspectiva individualista e pragmática. A sociedade quer nos fazer crer que não há absolutos. Se Urias tivesse vivido segundo o que parecia certo, em vez de segundo o princípio, poderia ter ido para casa ficar com Bate-Seba e tudo teria dado certo para Davi. Mas ele não o fez. E como resultado, morreu. Sua integridade fica em contraste com a fraqueza de Davi.


Quando Jesus fala no Sermão do Monte sobre a ordem de não matar, Ele estende o assassinato de maneira a incluir a ira (Mt 5:21-26). Palavras iradas, discussões, ressentimentos ou hostilidades não têm lugar na vida de um cristão. Considerando as orientações de Jesus sobre o adultério, Davi já havia saído da linha quando meramente olhou para Bate-Seba com intenção impura (Mt 5:27, 28).


O caráter não é construído nem perdido num momento. O caráter é obra de uma vida.

Mãos à obra

1. Reflita sobre uma ocasião em sua vida em que, como Davi, você tentou encobrir algo que fez. Isso envolveu uma vítima inocente?
2. Imagine como será o encontro de Davi e Urias na Nova Terra. Escreva 100 palavras sobre o que você acha que eles talvez digam um ao outro.
3. Como uma exposição diária prolongada à televisão e atividades no computador prejudica a experiência cristã?

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O que a Bíblia ensina sobre uso de imagens?


Muitos cristãos utilizam desenhos e pinturas de personagens bíblicos, inclusive de Jesus. Alguns têm chegado a fazer esculturas representando cenas bíblicas. Isso não é proibido pelo segundo mandamento?

No segundo mandamento da lei de Deus, lemos o seguinte: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto” (Êx 20:4, 5). Um dos princípios mais importantes para entender a Bíblia é jamais ler apenas o trecho de uma frase, deixando de lado seu contexto. Somente quando lemos o texto completo, podemos entender seu sentido.

O segundo mandamento – Vejamos como esse princípio é importante. Se usarmos partes isoladas do segundo mandamento, poderemos chegar a conclusões absurdas. O texto diz, por exemplo: “Não farás para ti imagem de escultura.” Logo, se eu fizesse uma imagem ou desenho (para ser adorado ou não) e o desse para outra pessoa, não haveria pecado nenhum.

Além disso, o texto declara: “Nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.” Fora de contexto, isso significaria que não posso ter flores ou frutas artificiais ornamentando a casa, nem pinguim de geladeira, maquetes de construções, réplicas do corpo humano para estudantes de medicina. Eu também não poderia dar um boneco ou boneca a uma criança, nem dar-lhe papel e lápis para que ela faça um desenho. Ninguém defenderia tal extremo, mas é isso que a frase afirma, se a lermos de maneira isolada.

Como, então, entender o segundo mandamento? O objetivo de um texto geralmente fica mais claro no seu fim, na sua conclusão. Observe: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto.” Em outras palavras: Não faça representações ou figuras de qualquer pessoa ou coisa com o objetivo de adorá-las. Esse é o sentido do segundo mandamento.

Como podemos ter certeza de que o segundo mandamento realmente tem esse significado, e que ele não proíbe qualquer tipo de arte visual? Tudo que precisamos fazer é ver o que outros textos bíblicos têm a dizer sobre o assunto.

Artes visuais na Bíblia – No Antigo Testamento, o uso da arte na religião não era proibido. A habilidade artística era considerada um dom de Deus (Êx 31:2-5). Alguns dos móveis do tabernáculo foram decorados com representações de flores e frutas (Êx 25:31-36; 1Rs 6:29), o véu que cobria o tabernáculo e o véu que havia dentro dele tinham figuras de querubins (Êx 26:1, 31) e havia dois querubins de ouro e cima da arca da aliança (Êx 25:17-20). Deus mandou construir uma serpente de escultura, para que fossem curadas todas as pessoas que olhassem para ela (Nm 21:8, 9).

No templo de Salomão, a arca foi colocada entre dois querubins de tamanho grande, confeccionados por ordem de Salomão (1Rs 6:23), a pia grande estava apoiada em 12 touros de metal (1Rs 7:25), e os móveis tinham figuras de leões, touros e querubins (v. 29). Objetos artísticos em forma de romãs e lírios foram usados para decorar o próprio edifício (v. 15-22). O trono real possuía arte decorativa em forma de leões (1Rs 10:19).

Mesmo no local de adoração a Deus havia “imagens de escultura” e representações visuais ou “semelhança” de coisas que “há em cima nos céus” e “na terra”. Além disso, no templo de Salomão e em seu palácio havia diversas imagens. Mas, claramente, nenhuma dessas representações artísticas tinha o objetivo de ser venerada ou adorada. Portanto, o problema não é o uso dessas artes visuais, mas o mau uso delas. Mesmo objetos confeccionados por ordem de Deus podem ser usados de maneira distorcida. Prova disso é que a serpente de bronze tornou-se, posteriormente, objeto de adoração e, por isso, foi destruída pelo rei Ezequias (2Rs 18:4).

Artes visuais no cristianismo – Imagens decorativas retratando temas religiosos (por exemplo, peixes, pombos, profetas, etc.) são encontradas no início do cristianismo, em catacumbas e locais de reunião. Mas essas imagens tinham o mesmo objetivo que aquelas mencionadas na Bíblia.

Apenas no século 7º, a veneração de imagens se tornou amplamente difundida entre os cristãos. Os católicos argumentam que não adoram as imagens religiosas, mas apenas as “veneram” e as usam para se aproximar dos santos por elas representados. Entretanto, não podemos concordar nem mesmo com esse uso, porque a Bíblia ensina que é apenas por meio de Cristo que nos aproximamos de Deus (Jo 14:6; Rm 8:34; 1Tm 2:5) e que os justos mortos estão inconscientes na sepultura até a ressurreição (Sl 115:17; Ec 9:5, 10; Mt 16:27; 1Co 15:51-55; 1Ts 4:13-18).

Aplicações atuais – A Bíblia, portanto, não condena o bom uso de figuras e imagens religiosas. Apesar disso, são necessários bom senso e precaução ao usar artes visuais na igreja. O uso exagerado desse recurso poderia dar a impressão de que o consideramos essencial na adoração a Deus. Alguns cristãos, que não estudaram o assunto mais profundamente, poderiam interpretar como idolatria o uso de determinados objetos na igreja.

Outro aspecto a ser considerado é a representação de Deus. Cremos que ilustrações de personagens bíblicos (incluindo Jesus e os seres angelicais), já contemplados por seres humanos, são aceitáveis quando não destinadas à veneração e quando não desvirtuam o caráter do respectivo personagem. Mas Deus, o Pai, “que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver” (1Tm 6:16), jamais deveria ser reproduzido pela imaginação humana. Mesmo cenas bíblicas deveriam ser representadas de maneira respeitosa e fiel à descrição bíblica.

Com base no ensino bíblico sobre imagens, que consideramos acima, a escritora cristã Ellen G. White faz aplicações corretas à nossa época: “Alguns condenam figuras, alegando que são proibidas pelo segundo mandamento, e que todas as coisas desse gênero deveriam ser destruídas. [...] O segundo mandamento proíbe o culto das imagens. Deus mesmo, porém, utilizou figuras e símbolos para apresentar a Seus profetas as lições que deveriam ser dadas ao povo, para que, dessa forma, pudessem se entendidas melhor que de qualquer outra maneira. Isso apela para nossa compreensão, por meio do sentido visual” (Historical Sketches of the Foreign Missions of the Seventh-day Adventists, p. 212).

(Matheus Cardoso é editor associado da revista Conexão JA e editor assistente de livros na Casa Publicadora Brasileira; colabora na seção “Perguntas” do blog www.criacionismo.com.br)

Fontes:

Alberto R. Timm, “Idolatria”; Ángel Manuel Rodríguez, “Art or Idol?”; George W. Reid, “Statuary and the Second Commandment”; Gleason Archer, Enciclopédia de Temas Bíblicos: Respostas às principais dúvidas, dificuldades e “contradições” da Bíblia (São Paulo: Vida, 2001), p. 103.

domingo, 24 de outubro de 2010

"Como Folhas de Outono..." 22

Semana de Oração Jovem conduzida pelo Pr. Areli Barbosa no IAENE em 2008, com o título "Vivo por Jesus". O Pr. Areli nasceu em Castro/PR, formando-se em Teologia em 1988 no UNASP C1, em São Paulo. Atuou como pastor assistente na IASD Central de Curitiba, pastor distrital em Francisco Beltrão e Telêmaco Borba, PR e em Poços de Caldas, MG. Foi líder de jovens da Associação Mineira Sul, Associação Paulista Oeste e Associação Planalto Central. Atualmente é o líder do Ministério Jovem da Divisão Sul Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

"O Ministério Jovem é uma área muito importante da igreja, porque lida diretamente com o bem mais precioso das famílias, os filhos. Este ministério tem a responsabilidade de direcionar e apoiar a juventude nos seus mais variados desafios. Nossa igreja tem a responsabilidade profética da pregação do evangelho a este mundo e isto nos torna diretamente responsáveis em levar o evangelho a todo mundo. A grande expectativa que tenho é ver a moçada seguindo princípios, entendendo a responsabilidade e se envolvendo nos negócios da igreja para que possamos ver Jesus voltar logo." (Pr. Areli Barbosa)

01) - Semelhante a Jesus
02) - Entra na Arca
03) - Escolhas
04) - Pais e Filhos
05) - Perdão
06) - Sonhos
07) - Quanto Custa?
08) - Santa Ceia
09) - Sonhos de Deus

Capelas

a) - Namoro
b) - Sexualidade
c) - Não brinque com o pecado
d) - Fé incomum

Incentivamos mais uma vez a que não se esqueçam de duplicar, "como folhas de outono", atendendo ao "ide" do Mestre. E descansem no Senhor.

Soli Deo Gloria

"Disseminai-os como as folhas no outono. Esse trabalho deverá continuar sem estorvo de pessoa alguma. Almas perecem sem Cristo. Sejam elas advertidas de Seu breve aparecimento nas nuvens do céu." (Testemunhos Seletos V3 - Pág. 235)

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Diário da Profecia.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Jônatas: Nascido para a grandeza


Lição 442010


Sábado à tarde

Ano Bíblico: Mc 7–9

VERSO PARA MEMORIZAR: “Disse... Jônatas ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos; porventura, o Senhor nos ajudará nisto, porque para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos” (1 Samuel 14:6).

Leituras da semana: 1Sm 14:6-13, 24-46; 18; 19; 31:1-7; 2Sm 1:5-12; 2Rs 6:8-17

Sob todas as perspectivas, Jônatas deveria ter sido um jovem mimado, ganancioso e egoísta que acreditava que, como filho privilegiado, tudo lhe era devido. E por que não? Ele era o filho mais velho do primeiro rei de Israel. Era popular e amado por seu povo, excelente orador, importante soldado e líder militar. Pelos padrões do mundo, ele tinha tudo. Havia nascido para “a grandeza”.


No entanto, o Céu usa uma medida diferente de grandeza – e Jônatas, curiosamente, foi um dos poucos que estiveram dispostos a voltar as costas ao que o mundo considera grande e, ao contrário, buscar um tipo diferente de “grandeza” – a grandeza de Deus.


Na vida de Jônatas, aprendemos a avaliar a vida pelos olhos do Céu. O que torna grande uma vida? O que a faz digna? Quais são as coisas importantes neste mundo, e quais não são?


A história de Jônatas nos ajuda a responder a essas perguntas. Também nos diz que, se decidirmos, nós também, podemos ser grandes aos olhos de Deus – não importando onde nascemos, quem são nossos pais, e quanta riqueza e talento tenhamos.


Domingo

Ano Bíblico: Mc 10–12


O elevado ofício da amizade

A amizade é diferente da maioria das outras relações, que com frequência são legalmente reguladas e controladas. Em muitas culturas, os pais escolhem o cônjuge para os filhos. Evidentemente, nenhum de nós chegou a escolher pais, irmãos e a família mais ampla.


Porém, podemos escolher os amigos. A amizade atravessa todas as fronteiras. A amizade também pode influenciar outras relações. Cantares de Salomão 5:16 nos mostra o papel da amizade em uma relação matrimonial. A verdadeira amizade é uma relação completamente voluntária, e talvez seja por isso que é tão envolvente. Não requer que se cumpra a letra da lei mas, ao contrário, destaca o dar de si mesmo.

1. 1 Samuel 18:1 descreve a amizade entre Jônatas e Davi. Diz que “surgiu tão grande amizade entre Jônatas e Davi que Jônatas tornou-se o seu melhor amigo” (NVI). Que características de amizade são destacadas em Êxodo 33:11; Jó 16:20, 21; Provérbios 17:17; 27:9; Eclesiastes 4:10; e Jo 15:13-15?

A maioria de nós esperaria que u’a mãe esteja preparada para morrer a fim de salvar a vida de seu filho ou que um homem proteja a família, seja qual for o custo para si mesmo. Essas fortes relações são admiráveis, normais e um reflexo do amor de Deus por nós. Mas esse é um instinto que compartilhamos com muitas espécies de animais.


A amizade é muito mais que instinto. A verdadeira amizade deve ser nutrida pela comunicação. Os amigos existem para ajudar em todos os desafios da vida, não só para compartilhar os “momentos agradáveis”. Podemos formar o presente e o futuro dos nossos amigos oferecendo conselhos sábios, encorajamento e pela oração em seu favor. Jônatas evidenciou essas características em sua amizade com Davi. Jônatas mostra que amizade envolve mais do que conversa; um amigo está pronto a dar ajuda prática, mesmo sob grande risco pessoal. Frequentemente, Jônatas intercedia por Davi perante seu pai, o rei Saul (1Sm 19:4). Jônatas tomava tempo e enfrentava dificuldades para encontrar Davi quando este era fugitivo e para encorajá-lo no Senhor (1Sm 23:16).

Você já traiu um amigo? Já foi traído por um amigo? Que lições você aprendeu? Que traços de caráter você precisa mudar a fim de ser melhor amigo?



Segunda

Ano Bíblico: Mc 13, 14

Uma grande vitória

Israel vivia um momento de extrema crise. Os filisteus se haviam ajuntado para lutar contra Israel com carros e soldados que pareciam tão numerosos quanto os grãos de areia numa praia. O exército israelita era numericamente inferior e muito mal equipado. Só Saul e Jônatas pareciam ter espadas ou lanças de ferro, pois os filisteus controlavam firmemente a indústria de ferreiro. Realmente, todos os israelitas tinham que levar as ferramentas para ser consertadas ou afiadas por ferreiros filisteus (1Sm 13:19-22). Você pode imaginar um bando israelita equipado com varas, machados e fundas, enfrentando um vasto exército filisteu com armas de última geração? Não é de admirar que o exército de Saul tivesse uma taxa recorde de deserção.

2. Pense no verdadeiro equilíbrio de forças em nossas batalhas, se formos submissos ao Senhor. Veja 2Rs 6:8-17. Que esperança podemos obter desse episódio?

Jônatas não se intimidava pelo que os outros pensavam. Não lamentava a falta de fé e confiança de Israel. Em vez disso, decidiu fazer algo. Jônatas não confiou nas próprias forças. Ele sabia que Deus é muito maior que o problema que Israel enfrentava. Ele não se considerava nenhum tipo de salvador ou herói. Sabia que Deus pode salvar por qualquer meio que escolher, e então, colocou-se à disposição de Deus. E o Senhor escolheu usá-lo e ao seu escudeiro, seguindo-se uma vitória incrível.

3. Que passos deu Jônatas antes de subir até a guarnição inimiga? 1Sm 14:6-13

Às vezes, a linha que separa a fé da presunção pode parecer muito clara. Jônatas não dependia só de suas impressões. Ele consultou outras pessoas tementes a Deus e partilhou com elas seus planos e ideias. Jônatas entendia que Deus não está limitado, e não tentou manipulá-Lo. Ofereceu-se para ficar ou ir, conforme Deus lhe revelasse por meio do sinal que ele propôs. Finalmente, quando obteve a resposta “vá em frente”, ele não vacilou, mas se empenhou imediatamente em vencer o desafio.

Quais são suas batalhas pessoais? Como você pode aprender a confiar em Deus nestas situações? Como você pode confiar em Deus mesmo quando as coisas não vão como você esperava ou conforme orou?



Terça

Ano Bíblico: Mc 15, 16


Relação pai-filho

4. Como você descreveria a relação entre Jônatas e Saul? Como se situava Jônatas no conflito entre Saul e Davi? 1Sm 19:1-7

Exatamente que tipo de pai foi Saul quando Jônatas era criança, não sabemos, mas sabemos que na vida posterior Saul não foi digno de admiração. Ele era muito egoísta, mal-humorado, ciumento, irracional e, às vezes, neurótico. Jônatas, porém, em sua vida e seu relacionamento com o pai, deu testemunho de uma aplicação prática do mandamento de Êxodo 20:12, que nos manda honrar os pais.

5. De que forma Jônatas demonstrou respeito e submissão ao pai? Ele teria motivos para se rebelar contra a ordem intempestiva do pai? 1Sm 14:24-46


Honrar os pais significa muito mais que oferecer um cartão ou um presente ocasional. Jônatas permanecia ao lado do pai em suas ocasiões de crise; ele o apoiava, também, apesar do que o pai queria lhe fazer.


E nós, também, honramos os pais quando os apoiamos em tempos de crise, como na enfermidade ou na perda do emprego. Temos a obrigação bíblica de sustentar os pais emocional e também materialmente (veja 1Tm 5:8). Honrar os pais não é uma atividade subjetiva, passiva. Jônatas demonstrou que isso frequentemente envolve oferecer conselho respeitoso e sensato. Honrar os pais não significa suspender nosso próprio julgamento ou defender os erros dos pais, segui-los cegamente nem tolerar o mal. Significa, porém, que temos obrigações especiais para com eles, não importando o tipo de pessoas que sejam.

Seguindo o exemplo de Jônatas, que coisas práticas você pode fazer para melhorar o relacionamento com seus pais, irmãos e outros membros da família, especialmente se não forem cristãos?


Quarta

Ano Bíblico: Lc 1, 2


Tomando o segundo lugar

Uma das principais tendências na sociedade atual é culpar os pais pela maioria (se não, por todos) dos problemas na vida. Na verdade, algumas pessoas herdam dos pais uma bagagem emocional muito pesada. Não podemos negar esse fato.


Porém, parece que as últimas décadas viram um incrível aumento nessa tendência infeliz. Culpamos não só os pais, mas, às vezes, irmãos, professores, circunstâncias – qualquer coisa ou qualquer pessoa a fim de nos livrar da responsabilidade pelas próprias circunstâncias.


Embora todos estejamos sujeitos às circunstâncias além do nosso controle e até vítimas delas – a vida de Jônatas mostra que podemos transformá-las, ao menos até certo ponto. Ele tinha o direito de culpar o pai pela maioria de suas dificuldades. Se Saul tivesse sido fiel, Jônatas teria obtido o trono. No entanto, escolheu não culpar ninguém. Ele tinha um bom senso de valor próprio. Em vez de se deixar envolver pela amargura e ressentimento, ele acreditou que Deus sabia o que era melhor e, então, escolheu fazer o que podia com o que tinha. Provavelmente, não foi fácil para Jônatas manter a fé e confiança em Deus quando percebeu que Deus havia escolhido Davi, em lugar dele mesmo, para se tornar o rei seguinte.

6. Descreva a reação de Jônatas ao fato de que Davi seria rei em seu lugar. O que isso nos diz sobre Jônatas? 1Sm 23:17. Contraste essa atitude com aquela mencionada em Isaías 14:13, 14; 1Rs 1:5 e Mc 10:35-37. Qual é a diferença?

Quando temos a identidade segura em Deus, podemos enfrentar rejeição ou crítica sem nos sentir desolados nem perder o senso de valor próprio. Grande parte de ter nossa identidade segura em Deus envolve experiência e relacionamento com Ele. Jônatas já havia tido uma dramática experiência pessoal com Deus na vitória sobre os filisteus em 1 Samuel 14.


A história posterior da família de Davi está marcada por rebeliões e disputas internas. Tanto Absalão como Adonias quiseram usurpar o trono de seu pai, Davi. Eles estavam pouco dispostos a permitir que Deus escolhesse o novo rei. A atitude de Jônatas estava em total contraste com esse espírito egoísta. Ele se dispôs a tomar o segundo lugar, tentando inspirar harmonia e reconciliação entre o pai e o amigo Davi (1Sm 19:4). Deixou um verdadeiro exemplo de um líder servidor, preparando-se para assumir o segundo lugar, ou até o terceiro.

Usando Jônatas como exemplo, o que você pode fazer quando não obtém o emprego, a posição ou o respeito a que julga ter direito? Como você pode controlar os sentimentos de rejeição, inveja e ódio?



Quinta

Ano Bíblico: Lc 3–5

Quando a vida não é justa

7. Qual foi o fim de Jônatas? Como entender isso? 1Sm 31:1-7; 2Sm 1:5-12


Quase todos nós fomos ensinados que, no fim, os bons sempre ganham e que colhemos o que semeamos. Frequentemente, levamos isso adiante e cremos que uma boa pessoa deve ter uma vida longa e boa, e que os maus podem esperar uma vida problemática e breve. Embora saibamos que o bem vencerá o mal no fim, quando Jesus voltar, a realidade é que os bons nem sempre ficam bem nesta vida e que os maus nem sempre se dão mal. Às vezes, até somos castigados por fazer o que é certo. Muitas vezes, Deus interfere e salva miraculosamente e protege Seus filhos, mas nem sempre é assim.

8. Mencione alguns personagens da Bíblia que, embora tenham sido fiéis, não receberam o que mereciam? Gn 39:10-20; Jó 1, 2


Jônatas foi para Davi um amigo verdadeiro e fiel. Ele era intercessor e tentou o melhor que pôde para fazer as pazes entre Davi e Saul. Jônatas não era orgulhoso e estava disposto a abrir mão de seu direito ao trono. Igualmente, ele estava disposto a aceitar Davi como rei. Ele também era um bom filho. Deus já havia usado Jônatas antes para pôr em fuga um exército inteiro, e agora, o exército israelita mais uma vez enfrentava os filisteus. Talvez Jônatas pensasse que, uma vez mais, Deus operaria um milagre para salvar Israel. Naquele dia, Jônatas caiu no campo de batalha (1Sm 31:2).


Como João Batista, Jônatas é um exemplo dos que não conseguem alcançar o que parecem merecer na vida. Eles sofrem frequentemente, perdem posições de honra por causa de Cristo e, às vezes, até caem no posto de dever. Por mais insignificante ou até inútil que sua vida e sacrifício possam parecer, eles são figuras-chave nos planos de Deus. São motivados e sustentados pelo amor e pela presença de Jesus. Nascem para a grandeza – não necessariamente a grandeza que o mundo entende ou exalta, mas uma grandeza que vai além de nossas expectativas e conceitos humanos.


Sob a nossa perspectiva, acontece muita coisa que não faz sentido nem parece justo. Mas a promessa é de que, um dia, todas as coisas serão esclarecidas, e teremos as respostas para o que agora nos parece insondável.

Leia 1 Coríntios 4:5, 13:12, Romanos 8:28, e Apocalipse 21:4. Que esperança você pode tirar dessas passagens quando enfrentamos perguntas difíceis.



Sexta

Ano Bíblico: Lc 6–8


Estudo adicional

No relatório daqueles que, mediante a abnegação, entraram na comunhão dos sofrimentos de Cristo, acham-se os nomes de Jônatas e de João Batista, aquele no Antigo Testamento e este, no Novo.


“Jônatas – por nascimento herdeiro do trono e não obstante ciente de que fora posto de lado pelo decreto divino; o mais terno e fiel amigo de seu rival Davi, cuja vida ele protegia com perigo da sua própria; firme ao lado do pai através dos tenebrosos dias de seu poder em declínio, e a seu lado tombando ele mesmo finalmente – acha-se o seu nome guardado como tesouro nos Céus, e na Terra permanece como testemunho da existência e do poder do amor abnegado.


“João Batista abalou a nação, por ocasião de seu aparecimento, na qualidade de arauto do Messias. De uma para outra parte seus passos eram seguidos por vastas multidões constituídas de pessoas de todas as classes e condições. Mas quando chegou Aquele de quem ele dera testemunho, tudo mudou. As multidões acompanharam Jesus, e a obra de João parecia encerrar-se rapidamente. Contudo, não houve vacilação na sua fé. ‘É necessário’, disse ele, ‘que Ele cresça e que eu diminua’” (Jo 3:30; Ellen G. White, Educação, p. 156, 157).

Perguntas para consideração


1. Como saber qual é a diferença entre fé e presunção? Quando e como podemos pedir sinais a fim de saber qual é a vontade de Deus para nós?
2. Algumas culturas promovem a passividade como uma virtude, enquanto outras a consideram algo negativo. Jônatas estava disposto a tomar o segundo lugar. Isso é o mesmo que ser passivo? Um cristão deve ser passivo? Nesse caso, quando? Se não, por que não?
3. Como você pode explicar a um amigo não cristão os benefícios de ser cristão, se ele vir que você também fica doente, perde o emprego ou sofre a perda de parentes?

Respostas sugestivas:


Pergunta 1: As pessoas têm liberdade para falar com seus amigos, até podem brincar com eles. Mas amam, aconselham, ajudam e atendem à sua vontade.
Pergunta 2: Deus fará maravilhas por nós.
Pergunta 3: Orou a Deus, acreditou que Deus era maior que seus adversários, pediu um sinal e agiu conforme a resposta de Deus.
Pergunta 4: Jônatas intercedia por Davi diante do rei, seu pai.
Pergunta 5: Jônatas se submeteu à sentença de morte de Saul, seu pai. Saul havia dado uma ordem imprudente, mas o diálogo é mais produtivo que a rebelião.
Pergunta 6: O estabelecimento de dinastias ainda não era um costume arraigado em Israel. Jônatas reconheceu em Davi o ungido do Senhor e humildemente aceitou seu papel de segundo no reino.
Pergunta 7: Foi morto em batalha, juntamente com o pai. Nem sempre o justo está livre das desgraças do mundo.
Pergunta 8: José, Jó, Jeremias, Isaías, entre outros